20 de abr. de 2009

João Corvino - Drácula

João Corvino (Hunyadi János)e Brasão 

Quebrando minha promessa de todo dia postar algo, estou aqui, numa segunda feira, depois de dois dias sem nem pegar num lápis, colocando essa imagem de João Corvino. Quanto mais eu pesquiso sobre a história de Vlad III mais eu penso que eu TENHO que escrever sobre a origem do Drácula. Quer dizer... Muitos já leram o livro e mesmo que não tenha lido, a premissa básica é a mesma desde o cinema mudo. Acho que uma adaptação tem a difícil tarefa de conciliar duas coisas: acrescentar algo novo e se manter fiel a essência da obra.

Pensei em três possibilidades para isso. A primeira é colocar pequenas referencias a sua vida antiga, quando ainda era príncipe da Valachia. Uma possibilidade mais ousada que eu venho cogitando já faz algum tempo é escrever capítulos inteiros sobre o passado do Conde. A terceira e ultima é tentar utilizar um recurso que vi numa história da “Acme novelty library” do Chris Ware. Numa das edições ele duas historias são contadas ao mesmo tempo na pagina, ambas interliga. Muitos trabalhos narrativos (filmes, livros ou quadrinhos) abordaram a continuidade linear. Trabalhos que pulavam do passado (ou futuro) para o presente, que contavam a história ao contrario (“Amnésia”, “Irreversível”), mas que contam duas histórias ao mesmo tempo (que eu tenha visto), só a historia do Chris Ware.

A terceira hipótese é a que mais me atrai. No trabalho de Ware as duas histórias são interligadas, se passam no mesmo local, no mesmo tempo e seus personagens se esbarram no dia-a-dia. Com Drácula quero colocar o passado, presente e o futuro do conde, tudo na mesma página. Fazer isso com Drácula sem torná-lo chato ou confuso de mais vai ser bem difícil...

A primeira coisa é pensar no layout. Dividir a pagina em três limita bastante a o numero de quadros, o tamanho das imagens e as possibilidades de organização de cada fragmento. Os ganchos (ganchos são cenas que instiguem o leitor a virar a pagina) são outra coisa que me preocupa... Cada período de tempo deve ter seu gancho? Se o leitor ler a historia lendo de maneira continua acho que não, mas se ele resolver ler só a parte da história que trata do passado de Vlad? Ou só os períodos do futuro? Fora outros detalhes que você só percebe quando esta produzindo ou mesmo quando o trabalho já está pronto.

Alguém deve ta se perguntando (eu espero!), “por que inventar tanto?” Primeiro como eu disse é pra acrescentar na história. Adaptar para uma nova linguagem traz possibilidades que a linguagem original não possibilitaria. Um filme poderia colocar duas histórias simultâneas, porem seria confuso dois diálogos acontecendo ao mesmo tempo... Os quadrinhos resolvem (como já foi visto no trabalho de Ware) melhor essa possibilidade já que é o leitor controla totalmente a leitura. Alem disso, explorar novos recursos, em minha opinião, é uma forma dos brasileiros ganharem espaço no mercado editorial.

Existem outros prós e contras que vou comentar ao longo da produção!

Flw!

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