26 de mai. de 2009

Pela Estrada

Demorei, mas terminei! To postandando aqui o conto “Pela Estrada” Adaptação que eu fiz de um conto infantil (atrasado mas conseguir terminar antes do fim de maio! E se não caiu a ficha de que conto que é lê que você vai descobri). Como eu disse antes “Pela Estradaé uma história experimental, onde eu explorei principalmente a questão do narrador e do som.

O narrador foi a principal questão da história. Antes dos irmãs Grim os contos de fadas eram histórias que alertavam as crianças contra os males do mundo com metáforas e muito terror. As maiorias dos contos tinham partes bizarras e trágicas (como a história da gata borralheira), queria resgatar o medo e o terror que o conto tinha nos séculos passados. Para tanto resolvi que ia colocar o leitor na posição da “chapeuzinho vermelho”, além de dar o tom de terror (como em “a Bruxa de Blair”) daria mais liberdade para o leitor. Em “Pela Estrada” eu não coloco nenhuma fala da chapelzinho, deixando a cargo do leitor imaginar as falas da personagem (se quiser saber mais sobre narrador em narrativas visuaisacesse:


Outra característica que eu explorei foi o som. O som é uma das características das HQs que anda meio estagnada (pelo menos nos trabalhos publicados no Brasil). O som já explorado ao Maximo no cinema e nos home theater. O som da à ambientação e sua mudança pode provocar grande sustos (como em “Desaparecidos” de 20??), só que infelizmente os quadrinistas modernos não tem preocupação nenhuma de explorar esse elemento, pensando nisso eu inseri algumas idéias que acho que podem ajudar na criação de ambientes, ou mesmo ser de grande importância para a narrativa: a perspectiva sonora. O som, assim como a luz, é uma onda, e muita de suas características podem ser emuladas (reflexão, propagação por exemplo) dando informações importantes para a narrativa e para a suspensão de descrença do leitor.

veja mais em:

http://sketchonline.blogspot.com/2009/05/o-som-nas-narrativas-cisuais.html

Alem dessas idéias também adicionei características do meu trabalho “kitsune” (experimentações em layout e em tipografia) espero que vocês se divirtam!

Quem gosto o link para download é:

eSinips

e para ver na net:

Fliker

Flw!

23 de mai. de 2009

Poesia em Quadrinhos

Hoje em vez de perturbá-los to colocando uma matéria da revista língua (que me esqueci de anotar o numero...), sobre HQ poética! Aproveitem!

Dowload:







20 de mai. de 2009

O som nas narrativas visuais

É incrível perceber o quanto a representação da luz evoluiu aos longos dos séculos enquanto a representação do som continua praticamente a mesma desde a criação dos filacteras na idade média. Mais incrível ainda é perceber que os quadrinhos, onde o som muitas vezes é fundamental, pouco trouxe alem das onomatopéias.

Muitos irão dizer que o que temos hoje de repertorio visual para o som é o suficiente para contarmos ÓTIMAS histórias, mas será que são os suficientes para contarmos todas as histórias? Será que novas possibilidades não gerariam novos tipos de histórias?

Como disse Cildo Meireles: “as coisas do mundo parecem infinitas”, imaginem as coisas que ainda não estão do mundo. Milhares de histórias que seriam enriquecidas ou mesmo só funcionariam com uma forma nova (ou mais complexa) de representar o som. Quantas HQs seriam descaracterizadas sem as diferentes formas de representar a luz? O que seria de “Asilo Arkham” sem as interpolações de hachuras e pintura? O que seria de “Syn City” sem as pequenas intervenções de cor e o alto contraste?

O que proponho nessa postagem é, inicialmente, aplicar o funcionamento do som a sua representação mais ou menos como ouve com a luz. A analogia com a luz é um ótimo começo já que ambas são ondas (a luz uma onda eletromagnética e a som uma anda mecânica) e, portanto tem características comuns o que permitira uma adaptação (mesmo por que imagem é luz e a representação do som num quadrinho também seria imagem).

Uma das características que o cinema e a televisão já exploram é o som tridimensional. O Home Theater é conseqüência desse estudo do som. As saídas de som são colocadas de forma a imitar a passagem do som como se estivéssemos na cena. Apesar de interessante uma representação do som nos quadrinhos, levando em conta seu funcionamento seria algo como uma “perspectiva sonora”. Isso fica claro quando pensamos na intensidade e a propagação do som a diversas distâncias. Quanto mais próximo da fonte mais intenso é o som. Pensando nesse sentido podemos aplicar a perspectiva visual à representação do som.


Outra característica do som ignorada é o timbre. O timbre é o que nos permite diferenciar sons de freqüências iguais vindas de fontes diferentes. O timbre e o que diferencia as vozes, e a sonoridades de cada instrumento musical. Visualmente essa diferenciação é pouco explorada nos quadrinhos (apenas onomatopéias e às vezes algum personagem recebem uma diferenciação em seus diálogos). A tipografia e a cor dos diálogos são exemplos de como podemos criar diferentes timbres para personagens (a cor mesmo é uma diferença na freqüência das ondas de luz).

Muitas idéias podem ser retiradas da poesia concreta para criar diferenciações no som. Disposição e organização das letras podem mostrar trajetórias, reflexão ou a sobreposição do som. Essas diferenciações podem ser usadas para organizar (como a perspectiva faz com a imagem), para enganar o leitor ou como base para distorções.

Bom... essa é apenas a minha hipóteses, pode (e deve) existir outras possibilidade. Alem disso esse pequeno texto ainda carece de muitos detalhes técnicos antes que posso se tornar algo realmente interessante!

Flw


18 de mai. de 2009

BlogBlogs.Com.Br

16 de mai. de 2009

Biologia Marinha


Caramba... Desenhar uma HQ inteira é mais fácil que fazer uma ilustração, não quero nunca fazer as capas das minhas histórias!! Uma boa ilustração faz com que a pessoa queira ficar olhando para aquela imagem, já as minhas... as minhas, Eu, mal consigo olhar... Tenho sempre a impressão que falta algo... MAS, como sempre tem alguém me pedindo algum desenho, sou obrigado a encarar minhas limitações.



Bom, esses aqui são algumas idéias para um amigo meu que quer fazer umas camisetas. Como o Filha da mãe não aparece no MSN vou postar e quando (ou se) ele ver ele diz o que eu deveria mudar...

PS: os dois primeiros desenhos parecem iguais, mas se ampliar da pra ver as diferenças... ainda não me decidi qual dos dois tipos uso.



14 de mai. de 2009

Pela estrada...


Falar do próprio trabalho é sempre um martírio... Ou se acha que esta esquecendo algo ou se crê que o trabalho é o melhor do mundo... A dificuldade é não cair em nenhuma das pontas. Alguns podem dizer que se o trabalho for bom não precisa ter discurso nenhum. È... Eu concordo, se o trabalho for bom uma hora alguém percebe, vide Van Gogh, morreu na miséria e hoje tem telas vendidas a milhões (isso não foi uma comparação!).

Mas... Como tenho um blog e ele precisa de material estou escrevendo esse pequeno texto (e em parte também é insegurança... Por isso comentem pra eu poder me gabar ou me matar!).

“Pela estrada” é uma adaptação de um conto de fadas (bom, se vocês não sacaram não vou contar pra não estragar a surpresa), um projeto que inicialmente era apenas uma forma de treinamento. Conforme comecei a desenvolver o roteiro percebei que não fazia sentido apenas escrever um bom roteiro, um roteiro fiel ao conto, 90% da população já deve conhecer a história precisava mostrar um novo ponto de vista. Não acrescentar ou mudar a história, apenas mudar o ponto de vista.

Alem de precisar mudar o ponto de vista queria resgatar a idéia de terror dos contos de fadas antigos e ainda por cima continuar explorando as idéias que coloquei em “kitsune”, lapidar a questão do som e do layout. Era uma tarefa difícil, mas as coisas foram acontecendo naturalmente (por sorte).

A primeira coisa que queria fazer era tirar toda aquela doçura que a Disney colocou nos contos de fada (acho que esse conto não foi adaptado, mas viro regra: conto de fadas = a melodrama açucarado). Iria resgatar a idéia de terror que os contos possuíam antes da Disney. Essa meta que gerou as outras mudanças.

O terror nas HQs anda meio capenga (pelo menos as coisas que vem sendo publicadas no Brasil), minhas referencias para produzir “pela estrada” foram do cinema. A principal foi “Bruxa de Blair” (por isso a citei na postagem anterior). Na verdade eu chupinhei mesmo a idéia (como não sou o primeiro, “Cloverfield” fez isso ano passado acho que não tem problema) a história toda é mostrada pelos olhos do personagem principal. Isso gera algumas diferenças entre “Bruxa de Blair” e “Pela estrada”. Na bruxa a história é mostrada por uma câmera, o que está gravado depende de uma pessoa, só que a câmera não é influenciada pelo psicológico, tudo o que foi gravado existe, já em “pela estrada” vemos dos olhos de um personagem, seus medos, sua imaginação, as coisas que ele conhece podem distorcer a realidade. Criamos assim um narrador não confiável. Na verdade nenhum narrador é confiável, apenas achamos que são, porem em “pela estrada” tentei transparecer ao máximo que o que é mostrado pode não ser exatamente como é.


Outra questão importante que me interesso foram os diálogos. Na História eu não coloco as falas do personagem principal, apenas as dos personagens secundários. Como a idéia era colocar o leitor na pele do personagem achei natural tirar as falas dos personagens principal e deixar que o leitor deduza através das falas dos personagens secundários. Isso dá uma liberdade parcial para que o leitor interfira na história, ele não pode decidir o que os personagens secundários falam nem o que o personagem principal vai dizer, mas pode decidir como ele vai dizer, sua intensidade e as exatas palavras na sua cabeça. Essa idéia me fez pensar em deixá-la totalmente sem falas, tudo a cargo do leitor, porem achei que deixar um toque do conto seria melhor.

Por ultimo continuei com minhas pesquisas da representação do som, mas sobre isso vo falar em outra postagem.

Flw!

12 de mai. de 2009

O Narrador nas narrativas visuais

É incrível como uma das figuras mais importantes de uma narrativa é tão relegado por estudiosos e criadores. Estou bem longe de ser um especialista, mas em nenhum dos livros básicos publicados no Brasil sobre quadrinhos (e alguns que vi sobre cinema) pouco ou nada se fala sobre o narrador. Os que falam sobre o Narrador, o tomam apenas como um elemento textual e esquecem o elemento visual.

O narrador é a porta de entrada para o mundo criado pelo autor (diégese). Qualquer mundo (virtual, ficcional ou real) é grande de mais para ser retratado de forma integral, cabe ao narrador selecionar os elementos de cada mundo e passar ao leitor/observador – ou melhor, Fruidor como os novos intelectuais gostam de dizer. Tudo o que não é dito pelos personagens, mas que o autor acha importante dizer cabe ao narrador.

Na literatura é fácil identificar o narrador. O narrador se dirige a nós, o livro é um dialogo entre ele (narrador) e nós (apesar de não podermos responder). Mas como podemos identificar-lo em uma narrativa visual como um filme? Parte é exatamente como fazemos nos livros. Lemos o texto: diálogos, recordatorios e, a partir de detalhes como os verbos, identificamos o narrador. Já o narrador visual requer o estudo dos pontos de vistas dos quadros. É interessante notar que às vezes (aliás, muitas vezes) o narração textual entra em conflito com um narração visual como veremos mais a frente.

A narratologia definiu duas características para o narrador, cada uma com três classificações:

Foco narrativo

Onisciente: o narrador que têm consciência sobre todas as coisas e todos os personagens. Pode vagar pelo tempo mostrando o passado e o futuro.

Interno: no foco interno o narrador se restringe a um personagens determinado ou mais. Ele narra apenas o que os personagens selecionados pelo autor sabem, e uma visão restrita porem mais ampla que a do narrador externo.

Externo: o narrador é um observador que não tem contato intimo com os personagens, portanto ele só pode relatar o que ele vê e sente durante as cenas, mas não pode dizer muito sobre o que se passa na mente das personagens ou o que aconteceu em suas vidas antes ou depois (a não ser que ele presencie essas cenas).

Como eu disse não sou um especialista e também não conheço livros de literatura ou narratologia, por isso esse breve resumo foi tirado da Wikipédia. Nele a uma pequena discordância quanto ao foco narrativo, em uma das paginas é colocado mais dois focos, o “restritivo” e o “interventivo”. Na minha interpretação o “restritivo” (Focalização restritiva: A visão dos fatos dá-se através da ótica de algum personagem) faz parte do foco interno e o foco Interventivo [Focalização interventiva: O autor faz observações sobre os personagens (típica dos romances modernos - Machado de Assis)], dependendo do caso, pode ser entendido como interno e/ou como onisciente.

Pessoa do narrador

Heterodiegético: o narrador não participa da história.

Homodiegético: o narrador é uma personagem secundaria.

Autodiegético: o narrador é o personagem principal.

Essas características são fáceis de perceber na literatura, portanto vou pular para a identificação dessas características (as que podem ser aplicadas) na parte visual de uma narrativa.

O foco narrativo visual é o ponto de vista usada para desenhar a cena (quadrinhos e animação) ou a localização da câmera no cinema.

Na maioria das narrativas visuais o foco é onisciente, percebemo por que a câmera (ou o ponto de vista da cena) viaja pela cena sem restrições, o autor (desenhista, diretor ou roteirista) pode colocar a câmera em qualquer ponto (no caso do cinema só se ele possuir os recursos, mas no quadrinho ele pode posicionar literalmente em qualquer ponto) do cenário, pode mostrar o ponto de vista de qualquer personagem ou deslocar a câmera para a visão de um animal por exemplo.

Uma narrativa visual que tivesse o foco como interno só poderia mostrar as cenas do ponto de vista dos personagens (um ou mais como disse antes), isso quer dizer que a câmera não poderia ser colocada em um ângulo que um personagem não estivesse. Dois personagens que narrassem a história só poderiam ser vistos um pelos olhos do outro.

O foco externo seria a visão de um personagem que estivesse sempre fora das cenas, mas ainda sim estaria presa a um ponto de vista possivel. Uma conversa do parque dificilmente seria mostrada do alto.

A pessoa do narrador e o grau de envolvimento do narrador com a história. Identificar essa característica do narrador vai depender do foco.

Se o foco for interno a pessoa do narrador pode ser determinada pelo ponto de vista de quem conta a história, se for autodiegética a história toda será mostrada pelos olhos do personagem principal se for homodiegética será mostrado pelos olhos de um ou mais personagem secundário (mais ou menos como “bruxa de Blair”) e se for o heterodiegético será mostrado pelos olhos de um personagem que não faz parte da trama (talvez nem mesmo identificado).

No caso dos focos oniscientes e externos, descobrir a pessoa do narrador dependera do texto (diálogos, recordatorios, monólogos internos e etc.). Muitas vezes em narrativas visuais temos uma câmera que vaga livremente pelo espaço (um foco visual onisciente) e textos (diálogos, recordatorios ou monólogos) que mostram claramente um foco narrativo textual interno. Isso acontece tantas vezes que não estanhamos, mas em termos de lógica é uma condição estranha. É como assumir que existem dois narradores diferentes para a história. Claro que isso não é errado cabe ao autor ver se interessa a história um narrador diferente para a parte visual e textual.

A cara que ler esse pequeno texto vai se perguntar: pra que eu vou usar isso? Por que eu diminuiria minha liberdade e escolheria apenas um ponto de vista para a história?

Escolher restrições e transformá-las em qualidades é um exercício interessante. Bruxa de Blair, por exemplo, é uma produção barata que se utiliza da restrição como qualidade. Contar a historia através de uma câmera dá credibilidade ao mundo imaginário criado para o filme. Temos a impressão de ser real porque são pontos de vista possíveis, o diretor sacrifica os ângulos inusitados que poderiam aumentar a intensidade das cenas pela credibilidade de um ponto de vista que o fruidor esteja acostumado, criando uma grande empatia com os personagens mesmo sem os conhecermos profundamente. Nos vemos lá por que se estivéssemos naquelas cenas seriam esses os pontos de vistas dos nossos olhos.

Outra possibilidade é criar combinações inusitadas entre o foco narrativo e a pessoa do narrador. Machado de Assis faz isso em seu romance “Memórias póstumas de Brás Cubas”. Brás cubas é o personagem principal, mas também é o narrador onisciente da história. Como personagem Brás cubas não poderia ter acesso aos pensamentos de outrem ou acontecimentos que não foram vivenciados por ele, porém Brás cubas não é um personagem comum. Brás Cubas é um “morto”, portanto não estaria preso as regras da realidade e poderia vagar de um tempo ao outro ou de uma mente a outra. Essa é uma das características que tornam o romance importante até hoje.

Existem milhares de motivos para se pensar muito bem na escolha de um narrador, mas o mais importante é saber o que sua história necessita e o seu desejo como autor tentando conciliar as duas coisas.

Se alguém tiver mais conhecimentos para acrescentar ou discordar deixe comentários! Flwww

Bibliografia (têm melho? Então passe a sua bibliografia :PP)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Narrador

http://pt.wikipedia.org/wiki/Narrador_não-confiável

http://pt.wikipedia.org/wiki/Foco_narrativo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_narrativo

10 de mai. de 2009

Chuky - Tatoo

É mais um daqueles pedidos que você se pergunta se a pessoa é normal... O pedido inusitado foi do meu irmão. Ele teve o desejo súbito de fazer uma tatoo do Chuky arrancando a cabeça da Xuxa... O desenho de cima é o que eu pensei pra tatoo, uma homenagem ao segundo filme na qual um dos pôsteres é a imagem do Chuky se preparando pra cortar a cabeça de um palhaço.


Obviamente fiz algumas modificações! Deixei o desenho menos sutil e mais impactante visualmente! Mão que eu prefira o resultado mas é mais divertido de desenhar! O mais legal é que tem uma foto da Xuxa que ela ta com a cara de susto quase igual a do boneco, ta no cartaz do filme "Xuxa gêmeas" e foi a base pra esse primeiro rascunho, apesar da expressão ta tão falsa quanto a do meu desenho, acho q preciso dar uma melhorada nela...

Esses últimos desenhos foram os estudos do boneco. Meu irmão queria o dos últimos, filmes todo estrupiado, eu prefiro o dos primeiros (acho q foi por isso que peguei a idéia dos filmes antigos). Agora a grande dificuldade vai ser fazer a Xuxa... Cheguei a conclusão que gente bonita é difícil de desenhar, a beleza é muito sutil, pouca diferença entre um nariz bonito e outro... Entre olhos... Ainda mais se a pessoa tiver coberta de maquiagem, tiver sobre uma luz, ai fode tudo de vez...

É isso! Flw

6 de mai. de 2009

Pagando dividas!



A muito tempo atrás eu fiz estes desenhos para uns amigos, eles jogavam RPG e me pediram para desenhar seus personagens. Bom o tempo passou, mas os personagens ainda pareciam interessantes, como não ando muito prolífico esses dias resolvi postá-los.

Bom como eu nunca fui muito bom na criação de personagens o mérito é todo dos caras, sem os detalhes que eles me deram não teriam um visual legal, quanto ao background dos personagens já não lembro... Se eles lerem esse post e quiserem depois eu coloco os nomes e todo o resto!



3 de mai. de 2009

Dia dos mortos - George A. Romero

Em primeiro lugar, venho dizer que voltei! Depois de uma gripe, uma onda de trabalho para terminar minha nova historia e um feriado eu voltei! Infelizmente não com desenhos, e sim, com uma retratação. Nesse dia 3 de maio houve no “cine Dom José” uma sessão só sobre zumbis, com destaque para o trabalho de George A. Romero.

Eu tenho que admitir... Para um cara que deseja produzir suas próprias historias não conhecer os trabalhos de Romero é um erro, isso para sermos benevolentes. Graças a “Virada Cultural” pude reverter esse erro! O “cine Dom José” exibiu os 3 filmes da quadrilogia de zumbis do ótimo cineasta: “A noite dos Mortos-vivos” (1968), “O Despertar dos Mortos-vivos” (1978) e “Dia dos Mortos-vivos” (1985).

Os dois primeiros filmes são fodas! Em minha opinião transcende o subgênero “Zumbi”. Além das criticas que todo mundo ta cansado de repetir (principalmente do “O Despertar dos mortos-vivos” sobre o consumismo) temos um estudo sobre a convivência social, uma marca dos filmes do diretor. Os zumbis parecem em perfeito equilíbrio, enquanto que as pessoas, os fugitivos, estes estão sempre em conflitos, a maioria desnecessários, egoístas, mesquinhos, e é em “O dia dos Mortos-vivos” que Romero explora mais esse problema.

É aqui que eu queria chegar!

Dia dos Mortos e o filme mais injustiçado de Romero. Depois que conheci o diretor fui atrás de mais informações e tudo que eu li foi visões superficiais desse filme. Acho que pelo fato de o tema ser o mesmo as pessoas não prestaram atenção, não leram as entrelinhas, foram hipnotizados pelas cenas de violência e pela maquiagem tosca (não sei se pelo orçamento limitado ou se o maquiador Tom Savini se acomodou...).


Sinopse:

Em uma base militar, um grupo misto de civis e militares luta contra a praga que retorna os mortos a vida. A luta contra os zumbis chega ao ponto crítico: a cada dia um soldado morre, as comunicações seção, os cientistas não alcançam resultados, a munição e os suprimentos estão acabando, a loucura começa a se instalar na base e cada personagem vai reagir de modo diferente: a medica Sarah tenta manter as esperanças por mais que os fatos indiquem o contrario; Doutor Logan (vulgo Frankenstein) busca de todas as maneiras uma forma de controlar os zumbis, Cap. Rhodes busca controlar tudo e todos, O piloto John tenta se manter neutro nesse conflito e sobreviver para viver em uma ilha deserta.

Dia dos Mortos é o filme mais claustrofóbico da serie, o filme se passa quase inteiramente numa base militar que já foi uma mina. A idéia de claustrofobia se agrava ainda mais com a falta de luz em alguns cenáriosidéia e pela idéia de contagem regressiva. Os soldados vão morrendo um a um, os recursos vão se esgotando com o passar do filme: No começo sabemos que a munição está no fim, mais a frente descobrimos que não existe mais comunicação de Washington e por ai vai.

Os perosagens secundários merecem destaque. Cada um tem uma personalidade marcante e carismática, mesmo o mestiço (que não lembro mais o nome) que não é carismático tem papel fundamental para a trama e por ultimo Bub, que é o gancho para o próximo filme da série. Bub é o zumbi de estimação de Dr. Logan. Logan percebe que os zumbis podem se recordar de maneira precária sobre suas vidas nessa “existência”. Então passa a domesticar Bub, que em pouco tempo demonstra grandes avanços, principalmente o uso de instrumentos complexos como uma arma de fogo. Claro, Bub não teve uma interpretação genial e a maquiagem não ajuda também, mas ele acrescenta na mitologia de Romero e é também o responsável por colocar os espectadores em um dilema moral. Dr. Logam para domesticar Bub oferece como prenda a carne dos soldados mortos, Logan surrupia os corpos e os guarda em um congelador e com forme Bub aprende novos truques é recompensado com carne.

Bub também muda totalmente o conceito de zumbis, ele é um zumbi humanificado, sabemos que ele se recorda de sua vida passada ele sente raiva quando Rhodes aponta uma arma para ele e ele sente dor quando vê o corpo de Logan. Nos outros filmes Romero sempre deixou duvida quanto a isso. Para os cientistas os zumbis eram um outro tipo de ser, para os personagens eles ainda tinham algo de humano (a explicação para os zumbis se reunirem em determinados pontos), mas só em Dia dos Mortos é que temos certeza de que eles não são corpos em movimento, existe um resquício de alma neles. Outro dilema moral, de certa forma os zumbis são humanos, não tem culpa, pode haver esperança para eles.

O final também engana. Aparentemente é o final mais feliz, Sarah o piloto e o técnico de radio fogem para uma ilha deserta, estão pescando sob o sol numa praia. Porém, como já vimos, não sobrou ninguém no mundo, ninguém nos rádios, ninguém nas cidades (no começo do filme Sarah ia a cidades próximas atrás de sobreviventes, mas a falta de recurso, os riscos e as constantes decepções levam essas missões a serem encerradas), era o fim do mundo como conhecemos (pra mim teria sido o melhor final para a serie... mas depois em “land of the Dead” esse final é mio que desmentido...)

Bom é isso, espero que tenha ajudado a retratar o filme e nivelar com os outros dois da serie.

Quem quiser saber mais sobre o Romero entra no site Boca do Inferno:

boca do inferno

E assistam os filmes!